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Mensagem n° 23: vinho novo em odres novos
Message n° 23: new wine into new wineskins

Quando estávamos na escura caverna escondida pelas montanhas, tudo que queríamos era, em parte, misericórdia, uma sopa restauradora de energia e a companhia de pessoas que compartilhassem o mesmo credo que nós. Que delicada hora seria saber o nome de alguém após o baile à fantasia - nossa tão chamada festa sombria - tivesse acabado e a luz que restasse fosse a de nós mesmos. Mas pensamos ter-nos deixado a tempo dentro de odres herméticos de história não permitindo à nossa novidade a entrada. Infelizmente, este não deveria ter sido o caso (note que estar errado é não raro uma coisa infeliz). Leia-o cuidadosamente e você verá – esperançosamente, eu digo – que hoje a solidão deu um passo para o lado, abrindo espaço para que alguns de meus parceiros tentassem quebrar velhas garrafas como uma criança pequena que acaba de descobrir um novo jogo. ‘Venham, camaradas, vamos brincar’, eu deveria dizê-lo, pois como explanado antes, há alguém mais aqui. Somos, bem, nós
O sol está nascendo e ainda não dormi. Indubitavelmente não irei dormir agora. A luta apenas começou. Mas, então, quem sou eu que não um minúsculo ser humano em talvez uma caixa chamada Terra, quebrando garrafas ainda menores para adquirir outras depois? Este é o caso, em nenhum outro tinha eu encontrado antes uma explicação melhor para como deveria proceder. Perdoe ser tão introspectivamente focada e verborragicamente falante. Construir e preservar poderiam ser as palavras que tenho procurado. (...)


When we were at the dark cave hid by mountains, all we wanted were, in part, mercy, an energy-restoring soup and the company of people who shared the same belief as ours. What a delicate hour would it be to know one’s name after the fantasy ball - our so-called somber party - were over and the only light left were ourselves’. But we thought to have rendered us in time inside hermetic skins of history not allowing the novelty of ours to get in. Unfortunately this should not have been the case (note that being wrong is not rare to be an unfortunate thing). Read it carefully and you will see – hopefully, I say - that today loneliness has stepped aside, giving space for some of my partners to try to break old bottles like a small child who has just discovered a new game. ‘Come, fellows, let us play’, I should say it for as explained before, there is someone else here. We are, well, we
The sun is rising and yet I have not slept. Doubtlessly will not now. The fight has just begun. But, then, who am I but a tiny human being in perhaps a box called Earth breaking even smaller bottles to acquire other after? This is the case, in no other have I found before a better explanation for how I should proceed. Pardon me being so introspectively focused and verbosely speaking. To build and to preserve could be the words I have been looking for. (…)