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Toc toc.
Tila: Não estava esperando por ninguém que não você.
Dário: E não posso pensar em nada, exceto um nome.
T.: Que seria...
D.: Senescência.
T.: Senescência!? E como foi que surgiu com essa palavra?
D.: É o estado de ser mais velho.
T.: Teoricamente como todos teremos a experiência nós mesmos. Entendo. Mas por que essa palavra em particular?
D.: Esbarrei com uma senhorita que a gritou muito alto quando a luz ficou vermelha.
T.: Vermelha?
D.: Sim. E a senhorita bem barulhenta.
T.: Sim, quer dizer, que tipo de senhorita grita quando a luz se torna tão vermelha?
D.: Não desse jeito!
T.: Eu sei, só adivinhando aqui.
D.: Quando o amarelo dá espaço ao vermelho, envelhecemos. Paramos de fazer o que estamos fazendo e deixamos que outros se mantenham fazendo o que algum dia costumávamos fazer.
T.: É mesmo?
D.: Eu acho que é isso que ela quis dizer.
T.: Isso significa que iremos parar de falar um com o outro algum dia?
D.: Não assim. Há milhões de exceções à regra.
T.: Há muitas coisas que eu costumava fazer, mas não mais.
D.: Isso é crescer.
T.: É mesmo?
D.: Sim, acho que é isso que significa.
(...)


Knock, knock.
Tila: I wasn’t expecting anyone but you.
Dário: And I can’t think of anything, except one name.
T.: Which would be…
D.: Senescence.
T.: Senescence!? And how did you come up with that word?
D.: It is the estate of being older.
T.: Theoretically as we will experience us all. I see. But why this word in particular?
D.: I have stumbled across a lady who screamed it very loudly when the light turned red.
T.: Red?
D.: Yes. And the lady was very loud.
T.: Yes, I mean, what kind of lady screams when the light becomes so red?
D.: Not like that.
T.: I know, just guessing.
D.: When yellow gives space to red, we get old. We stop doing what we are doing to let others keep doing what we once used to do.
T.: Is that so?
D.: I think that’s what she meant.
T.: Does that mean we will stop talking to each other someday?
D.: Not like that. There are a million exceptions to the rule.
T.: There are many things that I used to do, but I don’t anymore.
D.: That’s growing up.
T.: Is that so? 
D.: Yes, I think that's what it means.
(...)


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