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Mensagem n° 91: O silêncio me conhece
Message n° 91: Silence knows me 
 
Sento-me de volta no sofá que minha mãe deu-me certa vez. Os bancos do parque são preenchidos por partículas que as pessoas deixaram depois de visitarem-no com suas famílias. Está claro para mim agora que meus amigos, aqueles íntimos o bastante para se sentarem no meu sofá, não me conhecem, embora eu com muita frequência deixe partículas de mim em vários lugares. Quanto mais silente fica, mais claro é que sou um tanto quanto uma pessoa, como se eu estivesse escondida no silêncio; escondida onde ninguém me encontrou ainda e muito próxima do desconhecido.

Toc, toc. Agora alguém deixa partículas suas na porta. Toc, toc. Eu tentaria alcançá-la, mas agora estou sentada em um banco do parque. Toc, toc. Onde estou o caminho gramíneo devastado por meus passos agressivos pode me conhecer melhor.

Além do mais, eu não estou em casa quando os visitantes vêm, não cientes disso, de mim, de meu querido Silêncio e de seu agrado. (...)


I sit back on the sofa that my mother once gave me. The benches at the park are filled by particles people left after visiting it with their families. It is clear for me now that my friends, those intimate enough to sit on my sofa, don’t know me, though I very often leave particles of me in a number of places. The more silent it gets, the clearer it is that I am somewhat a person, as if I were hidden in the silence; hidden where no one has found me yet and very close to the unknown.

Knock, knock. Now someone leaves particles of them on the door. Knock, knock. I’d try to reach it, but now I am sitting on a bench in the park. Knock, knock. Where I am the grassy path devastated by my aggressive steps may know me better. 

Furthermore, I am not at home when the visitors come, unaware of that, of me, of my dear Silence and its treat. (…) 


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