Artigo Avulso 📄 Não-amor, doença, folha e árvore e de novo o meu próximo

Se alguém não ama o seu próximo, aí sim está doente. Uma pessoa que não ame ou não se sinta amada irá mais provavelmente viver à mercê das circunstâncias e achar mais difícil encontrar o sentido da vida. O criador da Psicanálise, Freud, já associava a capacidade de amar à saúde. Se vivemos em uma sociedade adoecida, aquém dos desígnios físicos de um padecimento, há aí uma alma a ser tratada. Uma abstração digna de consideração e respeito.

A tristeza transborda em forma de raiva quando alguma coisa está errada. A falta de ar aponta para uma suspeita geral, em geral bem conhecida e de nome amplamente divulgado pela vídeo-transmissão do mundo dos saberes que viajam, velozes. Em uma entrevista com Marisa Orth, a atriz do “cala boca, Magda”, entre outros, explicou que é preciso cuidar dessa parte que dói. Não se fala ainda dela, não, está oculta, é para se investigar a psi no meio do burburinho geral das proporções de uma raiva.


Um estudo revela uma lágrima e a cura, já foi dito muito antes, parece estar num afeto. Mas mais do que isso, a falta dele leva ao surto, mais do que isso, uns surtam os outros, mais do que isso, a sociedade padece de uma abstração.

Mas chega. Isso já é demais. Passemos a dar nomes mais conhecidos, talvez o de um vírus – existe também uma pessoa que se chama Covid, que pode não ter gostado nada dessa história de dar nomes. Passemos a dar nomes. Criticar, criticar, criticar. Que talvez mudando todas as autoridades de todos os cantos e até a da mercearia da esquina, todo o resto possa ser sanado em suas direções maléficas, que mais parecem de fim de mundo. Todas as autoridades, pequenas e grandes, são ruins quando se está insatisfeito com as regras da vida. Apelar para o não-amor? Eu aposto que Freud iria explicar satisfatoriamente o que Jesus provavelmente queria dizer centenas de anos antes. 

 

Você tem sido amado(a)?

Antes do segundo ato de violência, no primeiro já havia sido agredido o agressor e a cadeia do trauma tinha uma raiz de não-amor, que se deu da seguinte forma: Eu te culpo pela direção errada das coisas nos últimos anos; eu quebro algo seu, porque algo aqui já foi quebrado, porque aqui não encontrei mais amor depois de quebrado. Porque aqui nada mudou. E depois da terceira lata da bebida dos deuses, eu fui forte, eu quebrei alguma coisa sua. Eu fui maior que tudo isso. 


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Consegui terminar a leitura de Folha e Árvore, de Tolkien, que a Mônica havia me dado. Acima uma citação já citada (apud) no livro, de um pequeno relato fantástico (de fantasia), The Black Bull Of Morroway. O assunto de Folha e Árvore em si, quem sabe possamos discutir com mais propriedade oportunamente um outro dia desses

:)